sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O Dragão e o Unicórnio

Os garotos haviam se perdido uns dos outros em Towllon Diego ainda não estava refeito do choque que sofreram ao passar pelo vale das sombras. Aquele era o pior lugar que já havia estado e aquelas criaturas ele não podia nem lembrar. Seus pensamentos estavam todos naquele maldito lugar e em Ymir que o ajudara. Ele queria muito voltar para Hogwarts, para seu corpo. Mas a visão de uma montanha, espanou estes pensamentos da sua cabeça. Era necessário descobrir em que ponto acharia a fonte, e principalmente, o que deveria enfrentar para que ele e Elinor se libertassem dos espíritos de Monoceros. O sol de prata estava totalmente escondido, e sem a lua de rubi, tudo era trevas. Era hora de descer.
Chegou ao sopé da montanha, e começou a percorrer o caminho pela vegetação a procura do que seria a fonte. Havia acendido luzes na ponta de sua varinha, mas ainda assim a tarefa era bem difícil, talvez demorasse horas e horas para achá-la. Foi quando entrou em uma estranha caverna. Sentiu uma dor tremenda. Asas enormes e negras saiam violentamente de suas costas, chifres cresciam em sua cabeça, sua narina esfumaçava e ele desmaiou. A entrada da caverna magicamente foi fechada por um grande portão de ferro que se materializou.

Elinor e David haviam tido uma visão ainda em Towllon quando olhavam para aquele estranho espelho, e procuravam o lugar que nele haviam visto, uma casa com um jardim, e isso podia parecer mais fácil de achar que uma fonte numa montanha, mas estava bastante escuro lá embaixo. Elinor julgou ver uma fumaça no horizonte e mostrou a David. Realmente parecia haver uma chaminé de uma casa em algum lugar mais adiante, logo depois de uma área de floresta não muito densa, eles viram um rio lá embaixo, um rio que vinha das montanhas ao Norte depois passava próximo a Elgart. Logo depois da margem dele, havia uma pequena estradinha. Foram andando por ela até que chegaram a um lugar bizarro.

Talvez aquilo fosse um jardim, mas não parecia... David segurou o braço de Elinor, não deixando que ela avançasse ainda. As plantas que formavam o jardim ele conhecia muito bem. Nenhuma delas podia ser considerada exatamente amigável. O jardim tinha entradas por várias alamedas. Ele observou-as e disse:

- Veja: aqui tem visgo do Diabo. Se seguirmos por ali, ele pode nos pegar. A alameda do centro está cercada por casulos jibóia, está vendo suas flores?
- Sim, disse Elinor. Aquelas flores que se jogam sobre um homem e o enrolam, encasulando-o e matando por sufocação, certo?
- Exatamente. Olha a alameda do canto: Aquelas são papoulas de sono... o perfume dela adormece qualquer um por dias... temos que decidir qual a menos ruim de usar.
- O que você acha, David?
- Pelo que eu sei, o visgo do Diabo é o mais previsível, basta a gente conjurar um fogo e ele não vai se aproximar, certo?
- Acho que é a melhor opção.

Cassius e Vetstah neste momento haviam achado também o seu objetivo. Quando ainda em Towllon os dois se perderam e uma voz lhes susurrou "montaria na caverna da montanha", eles entenderam que para seguir em frente teriam de encntrar a tal montaria. ambos haviam concebido um cavalo em suas mentes... mas talvez não se tratasse disso. Encontravam-se no sopé de uma montanha onde havistaram uma caverna em que a criatura estava supostamente adormecida. A caverna tinha uns bons doze metros de altura e mais de vinte de comprimento e estava cerrada com um grande portão de ferro, fechado por um cadeado do tamanho de uma mala, que no lugar do buraco de fechadura tinha um rosto adormecido. Vetstah olhou para Cassius e perguntou:

- Você já viu um destes antes?
- Nunca. Eu já vi portas falantes, mas cadeado é o primeiro. Acho que vamos ter que acordá-lo.
- Ei, companheiro. - Cassius sacudiu a fechadura, que chacoalhou com um barulho metálico e abriu um par de olhos furiosos:
- Você não tem sensibilidade, garoto??? É assim que acorda o guardião da montaria??? Quem são vocês e o que querem?
- Estamos em missão - disse Vetstah - precisamos acordar a montaria.
- Ah, eu sabia que um dia meu sossego ia terminar... se vocês usarem esta delicadeza para acordar a montaria estarão mortos antes que digam ai... e não é tão simples assim passar por mim... vão ter que responder uma pergunta corretamente.
- Isso não é hora de charadas... porque você não deixa logo a gente passar? - Cassius disse mau humorado.
- Seu amiguinho é muito apressado, elfo - a fechadura comentou com Vetstah, ignorando Cassius. - São as regras. Fechaduras vivas sempre seguem as regras
- Faça a pergunta então, cadeado. - Disse Cassius com paciência.
- Muito bem, para passar por mim devem descobrir o que aguarda no fundo da galeria para ser desperto. Vocês terão três dicas e três tentativas... primeira dica: São ótima companhia em dias frios, principalmente se você tem uma lareira apagada. O que acham que pode ser?
- Não podemos ouvir todas as dicas antes de tentar? - perguntou Vetstah
- Perdeu a primeira tentativa.
- Viu a besteira que você fez, Vetstah?
- Ora, cale a boca, garoto, só tentei ajudar. Você também não disse nada que se aproveite ainda.
- Se os dois começarem a brigar, adormeço novamente e adeus montaria - ameaçou o cadeado.
- Está bem - disse Vetstah dando um olhar atravessado para Cassius - diga a segunda dica.
- A montaria é feroz e perigosa, mas seu coração é fiel. Se conquistarem o coração dele, terão sua amizade para sempre... mas fiquem longe de suas ventas e boca, seu sorriso pode ser perigoso.
- Já sei! É um cachorro. Cachorros são muito fiéis, são peludos, ótima companhia para quem sente frio. - Vetstah disparou confiante.
- Você já viu algum cachorro rindo, Elfo? Dê adeus a segunda tentativa - Cassius apenas olhou para Vetstah, que baixou a cabeça envergonhado.
- Terceira dica - disse o cadeado - e a mais importante: não tentem acordá-lo fazendo cócegas.
Subitamente Cassius se lembrou-se de um ditado que ouvira em algum lugar... como era mesmo? "Nunca faça cócegas num..."
- Dragão adormecido! - Disse.
- Podem passar, e lembrem-se bastante da segunda e da última dica.

O cadeado se destrancou e eles passaram pelo gigantesco portão de metal que se abriu.

Elinor e David haviam avançado por dentro do Jardim, que na verdade era um labirinto de alamedas, sempre cercado por plantas perigosas. Os conhecimentos de David ajudaram muito para que eles pudessem se defender de cada planta. Finalmente, atingiram o ponto central e deram de cara com uma casinha minúscula. Um ser esquisitíssimo estava sentando na porta dela. Era feio demais. Tinha uma boca rasgada de orelha a orelha, e dentes enormes, projetados para frente, seu corpo era longo e suas pernas curtas, os braços arrastavam no chão. Ele olhou os dois com um par de olhos pequenos e pretos, bem juntos no meio da face larga, entre os quais havia um nariz comprido e pontudo... era um troll, como os da revolta dos trolls que eles haviam presenciado na aula de História da magia.

- O que vocês querer?
- Chegar a fonte da libertação. - Disse Elinor
- Clonus não dá informação. Mestre Aion disse para Clonus não dizer a ninguém, hamham a muito tempo atrás. Clonus só fala para mestre.
- Mas Clonus, precisamos muito ir até lá. - disse Elinor, no seu típico tom mandão. - Foi a mando de seu mestre que viemos.
- Mestre sumiu daqui muito tempo atrás. E deu a Clonus este jardim... Clonus fez jardim bonito, cheio de plantas bonitas.
- Clonus - começou David, para a surpresa de Elinor - Eu sei uma planta que falta no seu jardim...
- Não falta planta nenhuma no jardim de Clonus.
- Eu não vi nenhuma savarina cinzenta...
- Clonus não conhecer esta planta.
- Uma planta forte... se Clonus quiser, eu troco a informação pelas sementes... - David pôs a mão no bolso da veste tirou umas sementes cinza claras.
- Eu não quer trocar... o que fazer savarina cinzenta?
- Na verdade não faz nada... mas seu chá é mais gostoso que chá de visgo do Diabo... não estou vendo nenhuma planta boa aqui para fazer chá... e tem um bule ali. Você gosta de chá?
- Clonus gostar de chá, mas plantas que dá bom chá não crescer no jardim de Clonus... ter medo das plantas bonitas de Clonus.
- O que me diz da troca? A savarina cinzenta é uma planta que não tem medo de nada...
- Clonus querer então. Mas dar a semente primeiro.
- Não. - Disse Elinor, antes de David - se ele te der as sementes você ainda assim não vai dar a informação. - Ela vira isso nos olhinhos maus do Troll. Ele olhou feio para ela e disse:
- Então não ficar com sementes e vocês perder informação.
- Eu vou fazer melhor - disse David, indo até o lugar onde havia um vaso sem plantas. - Vou plantar a savarina aqui e fazê-la crescer. Ele enfiou algumas sementes na terra, pondo o corpo entre ele e o troll, que não via o que estava acontecendo, e fez um pequeno feitiço que Madame Sprout ensinara em uma de suas aulas para crescer plantas... as sementinhas começaram a germinar. O troll se levantou e foi olhar, e ficou maravilhado com o que viu.
- Gosta da planta? O cheiro é bem melhor. - Disse david e o troll cheirou a planta, no mesmo instante ficando ipnotizado.
- Agora diga onde é a fonte da libertação. - Insistiu David.
- A fonte ficar em cima daquela montanha, nas nuvens que a emcobrem, mas so chegar lá voando.

Os dois sairam correndo em direção a montanha, pensando num jeito de voar até a fonte, e Elinor quis saber onde David havia conseguido aquelas sementes.
- Missch colocou em meu bolso, eu achei estranho mas nada disse. Enquanto carregava estas sementes eu possuia vasto conhecimento de plantas, e ele devia saber o que estava por vir.
Cada vez estavam mais próximos da montanha e quando enfim nela chegaram Elinor sentiu fortes tonturas e seus negros cabelos começaram a branquear e engroçar, em instantes estavam parecendo uma crina de cavalo. A garota gritava e se contorcia no chão, em sua testa um chifre prateado surgiu e ela perdeu os sentidos. David a pegou nos braços e subiu a montanha com certa dificuldade.

O garoto e o Elfo seguiam pela porta na montanha, até que chegaram ao fim da descida. Era um lugar amplo, escuro e frio, meio quilômetro abaixo da terra. Era tão escuro que nem com a luz da varinha conseguiam enxergar nada. Não dava para saber onde estava o tal dragão. Só ouviam seu ressonar, agora estrondoso
- Muito bem - disse Cassius - eu não me lembro se no livro animais fantásticos e onde habitam eles ensinam a acordar dragões... mas creio que não...
- Primeiro temos que achar onde está o dragão, não é mesmo?
- Vamos pelo som - o ronco do dragão soou potente em algum lugar adiante. A câmara parecia alta e larga demais. Eles foram andando, até que bateram em algo como uma pedra cinzenta e bem lisa.
- Acho que não é aqui... - Disse Vetstah. Vamos tentar do outro... Sabe garoto estou achando que é uma armadilha, os dragões foram extintos assim como os unicórnios.

Uma nesga de luz avermelhada apareceu na pedra ao seu lado e ele deu um pulo. Ele e Cassius aproximaram com cuidado e perceberam que a pedra era na verdade a cabeça do Dragão, que dormia encostado à parede. A luz avermelhada viera de um olho que ele quase abrira.

- Como você gosta de ser acordado, Vetstah?
- Aí é que está, eu odeio ser acordado. Gosto de dormir até ter vontade de levantar. É assim com a maioria dos elfos.
- Hum, eu também. Como vamos fazer esse bicho ter vontade de levantar? Ele está dormindo e não parece disposto a acordar...
- Ele não foi posto aqui para esperar? Temos que dizer a ele que a espera acabou.
- E ele vai entender?
- Não sei. Onde será o ouvido dele? - os dois se aproximaram da cabeça do Dragão, que estava oculta nas sombras, procurando algo como uma orelha. Então, Cassius disse:
- Se ele é fiel como disse o cadeado, então o certo é falarmos de seu dono. Mas qual é o nome dele? Não importa... ei, Dragão - Cassius disse com suavidade - acho que está na hora de você acordar, seu dono precisa de você... dragão bonzinho
- Chamá-lo de bonzinho é meio idiota, não acha?
- Cala a boca, elfo. Tem uma idéia melhor? - Cassius virou-se para ele e quando virou a varinha, viu que sua luz passou por uma inscrição na parede oposta. Ele mostrou ao elfo e ambos levantaram-se para lê-la, iluminando um pedaço de cada vez. Cassius ia murmurando conforme lia:

- Droion, dragão da raça da luz, filho de Vetor e Mirési, nascido na sétima Lua, no ano em que os dragões eram condenados a morte... - Cassius notou que conforme ia lendo, parecia que a inscrição ficava mais fácil de ler, como se a câmara estivesse sendo iluminada. - Droion, pertencente a Oion Lux que o presenteou com um novo nome, um nome pelo qual todos os habitantes de Monoceros o conhecem: Dragão de Rubi, que deverá despertar quando a sombra dos errantes cobrir a ... - Cassius sentiu que Vetstah o cutucava e percebeu que agora a câmara estava realmente iluminada. Virou-se para dizer alguma coisa mas levou a mão aos olhos, uma luz resplandecente o cegava.

O Dragão estava acordando, e Vetstah percebera isso antes dele. Mas ambos demoraram alguns minutos para conseguir olhar direito para ele. Mesmo para quem não achasse dragões e monstros maravilhosos como Hagrid, olhar para um dragão como aquele era fascinante. Enquanto estivera dormindo, estava cinzento e escuro, conforme estivesse apagado. A inscrição que Cassius lera o acordara e ele fora iluminando-se aos poucos, a partir dos olhos, que eram vermelhos e redondos, francos e leais. Depois, a fronte do dragão, que tinha um chifre dourado e uma placa óssea na frente da cabeça da mesma cor, iluminou-se e seu chifre começou a brilhar, ele levantou o pescoço longo e flexível como de um cisne e sacudiu a cabeça, a luz foi descendo pelo pescoço e atingiu o tronco, onde se abriram amplas asas negras e translúcidas, suavemente luminosas como todo ele, por fim, ele ergueu-se sobre as quatro patas e iluminou-se de um todo, sacudindo da cabeça à cauda, deixando os dois boquiabertos.

O Dragão encarou ambos com uma expressão de dúvida impressionante. Cassius sorriu e ele sorriu de volta. Abriu a boca num bocejo, tomando o cuidado de bocejar na direção oposta a que estavam, lançando no ar uma chama vermelha. A temperatura da câmara subira pelo menos dez graus. O Dragão voltou a olhar para eles como quem quer dizer algo. Cassius pensou em dizer alguma coisa, mas o que falar para um dragão? Foi quando ouviu em sua mente a voz de Diego.

"Cassius chame-o pelo nome e pessa que os leve para a fonte da libertação."

- Droion? - Perguntou Cassius sem exitar. O dragão sorriu, parecia reconhecer o próprio nome. - Precisamos chegar a fonte da Libertação...
- Você já viu dragão rindo alguma vez? - sussurrou Vetstah
- Nunca - respondeu Cassius - Droion, como vamos sair daqui? - O dragão apontou com a cabeça algo atrás deles. Era uma sela com arreios. O dragão mansamente deixou-se selar e ambos montaram na sela ampla.
- Isso parece divertido. Eu nunca montei um dragão antes. Vamos, Droion - Vetstah disse. O Dragão andou até o início da rampa, então bateu as asas imensas e eles começaram a subir voando, a luz se espalhando à sua passagem. Ao passarem pela porta, o cadeado ficou gritando:

- Boa sorte Droion o Dragão de Rubi! Lembranças a Uneion o Unicórnio de Prata.

Vetstah e Cassius viam que lá embaixo era possível divisar os campos iluminados pela luz do dragão, que voava muito depressa, em alguns minutos sobrevoavam o topo da montanha onde o Dragão pousou pois avistara um garoto e um Unicórnio. Da montanha David vira o dragão já gritando, a esperança se acendendo no coração dele. O garoto sorriu pensando: "Eles conseguiram e se não me engano, aquele dragão é o Diego".

Quando desceram Cassius, e Vetstah ouviam David contar o que havia acontecido com a garota e tudo passou a fazer sentido. Droion abaixou-se para que os garotos o Elfo e Uneion subisem e eles continuassem o voô para a fonte.

O dragão abriu as asas e alçou vôo, levando-os na direção das nuvens. Em segundos estavam a beira da fonte. Onde o Dragão e o Unicórnio mergulharam juntos. Eles se libertaram e Elinor e Diego saíram da fonte junto deles.

O unicórnio de Prata, Uneion, conjurou para Diego um cálice e mentalmente conversava com o garoto.

"Obrigado por nos libertarem, devem pular na fonte para regressar ao seu mundo. Leve consigo este cálice e envie para sua tia. Nele contem uma cópia do meu sangue, mas por ser uma cópia não tráz vida eterna e sim doença, a doença de nunca poder amar e qualquer ser que não possua amor, nunca chega a alcançar a grandiosidade esperada. A pessoa que te atormenta não mais o fará querendo meu sangue, fique tranquilo e vão embora. Estão preocupados em Hogwarts. O tempo lá corre diferente do daqui, Aqui passaram-se alguns dias, lá passaram-se meses."

"Vocês ficarão bem?" o Garoto perguntou e o Unicórnio balançou a cabeça de forma afirmativa. diego queria muito ficar e ajudar na batalha contra Aion, mas não poderia pois ainda era jovem e inesperiente demais.

Ele então segurou firme no cálice e pulou na fonte, sendo seguido por seus amigos. Minutos depois todos acordavam do coma. enfim estavam de volta a Hogwarts.