terça-feira, 29 de julho de 2008

E Daí?

Estava frio... Não, é claro, era verão, mas o Lago Negro estava gelado. A maioria dos alunos de Hogwarts se perguntaria “E daí?” Mas eles não iriam nem sonhar em menosprezar a temperatura de um lago se fosse a casa dos parentes, se um monstro resolvesse beber água lá (só Deus sabe o que essas criaturas fazem quando bebem água fria!) ou se seus pés estivessem lá dentro. Elinor era mais para o terceiro caso, ainda que não descartasse o segundo. A garota estava com uma parte dos pés submersos, os joelhos dobrados, as mãos estiradas para trás, e no seu colo havia um diário, uma pena e uma varinha, todos comprimidos pelas pernas e o diafragma, um par de meias e outro de sapatos e mais livros jogados ao seu lado. Nessas situações, Elinor geralmente tinha um sorriso estampado no rosto e os olhos fechados, mas agora, seu olhos estavam bem abertos e tinha uma expressão séria. Por que aqueles cinco queriam saber sobre o Unicórnio de Prata? E o que foi aquilo que ela viu quando segurou a mão de Diego? Uma visão, ela já havia estudado o suficiente para saber, mas... Ela simplesmente não podia acreditar... Agora seu interesse havia sido despertado... Ela apenas queria esclarecer dúvidas, mas agora... Bom, sem dúvida não havia com o que se preocupar. Ela não estava envolvida com essa lenda, não é? Aliás, não era uma lenda... Era real.
Eli suspirou. Bem, de qualquer maneira, aquilo não era problema dela. Mas ela estava curiosa sobre como aquelas pessoas sabiam sobre o Unicórnio de Prata, e por que estavam investigando. Ela se sentia instigada á... Não, ela não iria atrás deles... Não era do seu feitio procurar conversar com pessoas... Mas não podia deixar de admitir que estava curiosa...
E a visão? Monoceros não podia... Não aquilo não podia realmente ser real. Ou podia? Bem, mesmo se fosse, quais eram suas chances de achar o Unicórnio de Prata ou o Dragão de Rubi? Mesmo que rodasse toda a Hogwarts, haveria aproximadamente uma chance em três bilhões de achar um dos dois! E mesmo se os dois estivessem na sua frente... E daí? O que ela deveria fazer? De que importava aquela visão? Mesmo se o Unicórnio de Prata fosse o grifinório sentado na relva, um pouco mais adiante, o que diabos ela faria? Isso não tinha nada a ver com ela...
Elinor tirou o diário, a pena e a varinha do colo e os pés da água, enxugando os na grama. Calçou as meias e os sapatos, e se levantou. Respirou fundo, juntou os dedos das mãos e espichou os braços pra cima. Bem melhor...
Apanhou o material e saiu andando, assobiando.
Era hora de aproveitar o dia sem aula... enviar a carta que havia escrito na noite passada aos avôs, ler um pouco, terminar as lições, ir jantar, depois olhar estrelas na torre de astronomia, então dormir...
“É parece um bom cronograma...” Eli sussurrou sorrindo. “E se for verdade? E daí?”
Mas ela nunca menosprezaria a existência do Unicórnio de Prata se soubesse o que estava sendo tramado, bem lá, Em Hogwarts...

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Observação: A música que a Eli estava assobiando era Getu Mei Huu Ei, da Mika Arisaka.A propósito, vão ter que se acostumar com músicas, já que elas são a principal referência do que eu escrevo. Ah, e eu não tenho gosto exatamente “normais”, então a chance de vocês conheceram alguma das músicas, vai ser mínima ^-^