quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quadribol

Era bastante cedo e Cassius passava pelo campo de quadribol, olhou para o céu e viu que alguns alunos estavam treinando. Não aguentando a curiosidade, caminhou até mais perto e sentiu suas pernas bambearem. Voando como um raio por toda a extenção do campo um pontinho dourado subia e descia de forma nem tão ágil nem rápida, mas ainda sim graciosa, enquanto alguns alunos que estavam no chão gritavam e batiam palmas excitados. O pontinho aproximou-se mais do solo e ela distinguiu uma garota pequena e morena de longos cabelos pretos presos em um coque. Cassius murmurou para si mesmo “quem é...?”, mas assim que a garota pousou – de forma desajeitada – percebeu que era Cho Chang, uma segundanista de sua casa.

- Muito bem Cah, quer dizer, Cassius! – Cho nunca gostara tanto de quadribol mas seu pai insistira em faze-la aprender. Ela, que estava se cansando daquelas aulas e pensava numa desculpa para poder fugir um pouco do treino, viu uma boa possibilidade de se divertir ao ver um garoto de cabelos verdes ou azulados não sabia direito, caminhando timidamente ao encontro dela, com aquele ar de incredualidade e espanto que todos faziam quando a viam voar. - Agora que já me viu dando um show pega aquela vassoura ali e vem voar! Tenho certeza que está louco pra fazer isso...

Cassius olhou estupefado para a garota, olhou para o lado e um garotinho loiro veio correndo lhe entregar uma Cleansweep. Não era sua Nimbus, mas ao sentir aquela vassoura nas mãos, aquela garota morena o olhando desafiadoramente, o vento gelado do campo, o cheiro amadeirado da Floresta Proibida entrando por seus pulmões.

-OK Senhorita Chang. Melhor de 3 então!

Já era de tarde e o céu começava a pender para um laranja vibrante quando Débora saiu da casa de Hagrid em direção ao castelo. Vinha distraída, pensando na redação que teria que fazer para Prof.ª Mc Gonagall e na desculpa que daria para Diego para ele a deixar copiar algumas partes da redação dele. Olhou displicente para o campo de quadribol “Provavelmente não há ninguém lá”. Então ela ouviu o som de risadas que vinham bem do lado do campo, reconhecendo uma delas como a risada alta de estridente de Cho Chang. Ela fez menção de ir até lá mas parou ao ver que Chang vinha rindo e conversado com ninguém menos que Cassius. Agilmente ela recuou um pouco, indo se esconder em atrás de algumas àrvores próximas. Mesmo os dois rumando para o castelo ela pode ouvir um pouco da conversa dos dois.

- Muito engraçado mesmo Cassius!!! Você ficou muito engraçado tentando se equilibrar na ponta dos pés... – Ela disse entre risadas. Esperou um pouco para tomar ar e disse, sua voz mais calma - Sabe Cassius, estamos com vagas no time...

- E você sugere que eu faça os testes?

- Por que não? Você voa muito bem.

- Obrigado... - o garoto ficara sem graça. - Vou pensar no assunto.

Débora viu que Cassius parou e pegou as mãos da amiga. Ela tentou aproximar-se um pouco mais, mas mesmo assim não conseguiu ouvir o que ele lhe disse. Mas seja o que ele disse para chang, ela o abraçou demoradamente e eles saíram apressados em direção ao castelo, os cabelos pretos de Chang esvoaçando pelo ar, contrastando belamente com os cabelos laranjados de Cassius.

Débora ficou ali, a noite vindo lentamente, olhando dois vultos sumirem adiante. Tinha os olhos fechados, o coração batendo muito rápido, tentando fazer seu cérebro processar a confidência que Cassius havia feito a Chang. Ela não sabia o por que mas sentira uma pontada de ciúmes ao ver aqueles dois juntos. Só voltou a si quando Alice a garota da Lufa-lufa com quem Diego havia se encontrado algumas vezes a chamou para perguntar se sabia onde poderia encontrar o garoto.