Débora não dormiu bem aquela noite. Estava muito confusa. Preferiu não conversar com Luiza. Na verdade não queria conversar com ela. Ficaria imaginando porque sentira ciúmes de Cassius. E o que a estava deixando pior: Ela acreditava que o garoto olhava para Luiza de uma forma diferente. Com esses pensamentos adormeceu e sonhou com portas e corredores mal iluminados. Mas, ao acordar, não se lembrou desses sonhos estranhos. A garota havia chego a conclusão que não conversaria nada com Luiza sobre o ocorrido. Ela não sabia dizer porque, mas apesar de estar um pouco confusa com seus sentimentos, havia uma voz em sua mente que a falava que não era algo de tão ruim se apaixonar por um amigo. Pois, apesar de sentir que ele não era um simples bruxo que a pouco conhecia, apesar de ser mais velho, ele se tornara, sem dúvida, um grande amigo.
Mais tarde ela chegou para a aula de História da magia sentindo o mesmo tédio e desânimo que sempre sentia ao ver a figura do professor fantasma passando por entre as carteiras e o vozerio entusiasmado dos colegas e sentou-se junto de Diego numa cadeira encostada à parede, pois nesse dia a sala toda estava vazia, exceto por um enorme baú perto da janela, onde o professor estava flutuando em cima, lendo distraídamente “O Pasquim”. Ele sorriu ao ver os alunos, parecia mais animado do que ela já o vira.
- Boa tarde classe. Coloquem suas mochilas no fundo da classe e quero todos fazendo um semi-circulo bem em frente, varinhas em punho! – e assim que todos os alunos tomaram suas posições, curiosos, ele desceu de cima do baú, num gesto rápido que arrancou gritinhos das garotas. – Pois bem, hoje presenciaremos um marco histórico! A Revolta dos Trolls, sim... Graças ao nosso alvíssimo diretor que me conseguiu uma lembrança de um antigo bruxo amigo seu Nicolau Flamel que não só viveu na é poca da guerra como também participou dela na luta contra esses terríveis seres.
Alguns alunos reprimiram comentários de desagrado ao ouvir falar na guerra dos trolls, já que sempre o professor falava no mesmo assunto, mas continuaram, assim como toda a classe, fascinados com a idéia de vivenciar aquela guerra, inclusive (e mesmo contra a sua vontade) Débora.
- Mesmo que muito deles tenham sido eliminados na grande guerra, os trolls ainda estão por aí, habitando lugares escuros e imundos, se alimentando de musgos e restos de animais. - O Baú se abriu magicamente onde se via uma grande bacia entalhada, e ao seu lado, um frasquinho de cristal.
- Uma penseira? – nunca havia visto uma ao vivo, embora já as conhecesse dos livros.
- Muito bem srta Summers, foi a primeira a reconhecer nosso objeto de estudo. Uma penseira. E esta é a memória de Nicolau Flamel - o professor explicou, retirando o frasquinho de cristal do baú e despejando o conteúdo do frasquinho na bacia. Mexeu-o com a varinha como se fosse uma poção cozinhando num caldeirão raso. Quando achou que estava tudo bem mexido o suficiente, voltou-se aos alunos. - Bem, agora todos com varinha em punho, a apontem para a penseira e repitam em alto e bom som Teleportus! Isso fará com que o efeito da penseira atinja seu maior nível e que a lembrança possa comportar todos nós. Todos estão prontos? - perguntou o professor aos alunos que acentiram que sim. - Pois bem, então no três. Um... dois... três!
- TELEPORTUS! todos disseram e quando se deram conta já não estavam mais na sala de aula.
Diego olhou em volta. Encontravam-se em um vilarejo desconhecido. Uma casa em ruínas dominava a paisagem. Parecia ter sido destruída recentemente, porque as paredes ainda sofriam pequenos desmoronamentos aqui e ali.
De dentro dela Nicolau Flamel, já com uma aparência bastante velha saia trazendo em uma de suas mãos uma pedra vermelha como o sangue e em outra um frasco com uma bebida tão vermelha quanto a pedra. Ele tomou o liquido em goladas e magicamente se recompôs. Sua aparência agora era mais jovial, e Diego jurava ter visto alguns fios brancos lhe sumirem na cabeça.
OS TROLLS ESTÃO VINDO!!!
Uma multidão de bruxos corria na direção onde estavam os garotos e Flamel, todos muito desesperados, lançando feitiços para traz a fim de afastar o que lhes seguiam. Foi aí que Luiza avistou uma figura horripilante, que não vinha só... Os trolls espumavam pela boca e estavam sedentos por sangue bruxo.
- O que houve? - Perguntou Flamel a um dos bruxos que também corria em sua direção.
- Os trolls perderam controle! Estão nos atacando!
- Soube que alguns bruxos invadiram as colinas onde os trolls habitam, deve ser por isso a fúria. - Disse Nicolau se colocando a correr também.
- A história é outra meu amigo! Alguém encontrou uma tal pedra filosofal que era guardada por eles. E ao que tudo indica foi um bruxo. por isso essa revolta.
Nicolau guardou a pedra vermelha que estava ainda em suas mãos nas vestes.
- E o que o ministério pensa em fazer?
- Mandará Aurores! Mas enquanto isso... CORRA!
Uma escuridão dominou o ambiente e os garotos se encontraram de novo na sala de aula. O professor tomou a palavra, os alunos estavam todos como que ipnotizados.
- Vejam que era apenas uma lembrança. Mas muito valiosa pois nos mostrou o por que dos trolls terem se rebelado... Pois bem, chega de diversão e vamos a aula! – Ele disse, e magicamente as carteiras que estavam amntoadas no canto da sala retomaram seus lugares, lado a lado - agora abram os livros na página 67, leiam o texto e me façam um resumo sobre a Revolta dos Trolls, só 30 cm, vamos gente, a vida não é só feita de diversão... Alguem sabe o motivo do Sr Potter, Srta Grnger e o Sr Weasley não compareceram a esta aula? Não? Muito bem, então mãos obra pois daqui a pouco nossa aula acaba.
Deeh e Diego sentaram juntos, nas últimas carteiras e fizeram a atividade em silêncio. Em intervalos de tempo Débora olhava para Luiza, ela absorta na leitura, embora sentia o corpo da amiga tremer levemente.
Ao ouvir o sinal eles saíram apressados. O Professor chamou Diego para falar sobre o último dever do garoto, na verdade – pensava Débora – para receber as chamados “presentes por bons trabalhos” inventados pelo professor.
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