sábado, 14 de março de 2009

Nem uma, nem duas... DEZ!

-Natalie querida o que aconteceu? - perguntou a estranha mulher.
-Eu só esbarrei nas moças tia, não foi nada de mais. E parece que elas me conhecem... - Ela fitou o rosto das garotas puxando a memória. - realmente vocês não me são estranhas.
-Não acredito que não lembra da gente... - Sophia disse desapontada.
-Desculpe de onde as conheço?
-De hogwarts! - Amanda disse rapidamente mordendo o lábio.
-É claro que eu não me lembraria de vocês, faz DEZ anos que sai de Hogwarts.
-É mas nós nos lembramos de você. - Disse Sophia
-Descilpem minha memória é péssima. de qualquer forma vocês vão dizer quem são ou vão me deixar com este aperto no coração até eu infartar tentando lembrar?
-Sophia e Amanda. - disse Sophia
-Não acredito! Sofi e Mandy, são mesmo vocês?- perguntou Natalie incrédula
-Sim, em carne e osso. - responderam as duas
De um impulso a moça corou e agarrou as duas em um largo abraço.
-Desculpem, é que fazia muito tempo. Ah, é muito bom ver vocês.
-Relaxa Naty tudo bem. - Natalie chorava baixinho.
-Que coincidência não? o que fazem aqui?- Natalie disse limpando as lágrimas
-Estamos passando as férias aqui. Espere até Diego e David souberem que te encontramos aqui. - Falou Amanda
-Eles estão aqui também? Onde?
-Sim estão na França, mas não aqui com a gente. foram até o sitio do meu pai. e você o que faz aqui?
-Recebi da minha prima Wanda uma missão muito esquisita. a propósito esta é minha tia Mortícia addams. - As bruxas se cumprimentaram e Natalie Prosseguiu. - Eu estou hospedada aqui na França, estava terminando meu curso de curandeira, vou ficar mais alguns dias e depois volto para Londres. Já Estou com emprego garantido no ST. Mungus.
-Puxa! Não sabia que você queria ser curandeira. -disse Amanda
-Nem eu. - Disse Natalie arrancando risinhos das amigas.
-Mas conta, que missão te trouxe a Torre Eiffel? - Perguntou sophia curiosa.
-Minha filha, com suas idéias confusas na cabeça foi quem pediu para virmos até aqui. - Mortícia começou a contar e débora continuou.
- Será que dá pra você comprar 10 miniaturas da Torre Eiffel pra mim? Daquela que acende e fica piscando. E não paga mais do que 3 euros em cada uma, viu?
- Pra que você quer 10 miniaturas da Torre Eiffel?
Não entendi bem o sentido da encomenda. Essas miniaturas são feias e sem graça. E, quando acende as luzes, fica ainda pior.
Mas já que topei fazer, aproveitei a vinda de tia Mortícia a Paris e viemos visitar a verdadeira Torre Eiffel. Aqui, procurei um camelô ("camelô" não parece uma palavra francesa?) que vendesse o artefato. Encontrei um, que julguei ser paquistanês.
- Bonjour, monsieur.
- Bonjour.
- Quanto custa uma dessas?
- 7 euros.
- Tá caro.
- 6, só pra você.
- Não pago.
- 5, pra levar agora e virar freguês.
É incrível como papo de camelô é igual em todo lugar. Como é que eu vou virar freguês dele? Eu não costumo precisar de miniaturas como essas de forma muito freqüente.
- É o seguinte: eu pago 3 euros, mas quero 10 unidades.
- E pra que você quer 10 miniaturas da Torre Eiffel?
O cara olhou de lado, fez bico, coçou a cabeça e, por fim, chamou uns amigos que estavam por perto, tentando empurrar uns postais da Mona Lisa pra turistas endinheirados. Alguns desses postais eram meras reproduções do quadro. Outros, diferentes. O melhor era um dela com a língua de fora e olho arregalado, tipo Einstein.
-Não acredito que fizeram isso com ela - amanda soltou enraivecida, mas Natalie a ignorou e seguiu com a história.
Os ambulantes começaram a conversar. Enquanto o nosso novo brother explicava alguma coisa, os outros olhavam pra gente com uma cara muito estranha, provavelmente não acreditando que alguém podia pechinchar ali. Logo ali, um dos templos mundiais do turismo e do consumismo.
- D'accord. 10 torres por 30 euros.
Ele abriu a sacola. Só tinha 6 unidades. Chamou um outro, que tinha mais duas. E logo apareceu mais um com as que faltavam. Eu não tinha reparado, mas eles estavam juntos.
O sujeito me entregou todas, com uma cara não muito contente. Rapelamos o estoque de miniaturas da redondeza. Satisfeito, peguei o pacote e saímos andando. Um pouco atrás vieram dois amigos do nosso vendedor, no mesmo passo.
- Acho que eles estão seguindo a gente. - tia Mortícia notou.
Paramos. Eles pararam. Fomos pro gramado. Eles foram.
- Será que querem as torres de volta?
Demos meia volta. Eles também voltaram e passaram mandando um beijinho. As caras deles, que já não eram as mais simpáticas, ficaram meio assustadoras.
Tia Mortícia sugeriu de montarmos rápido no primeiro táxi.
Aquilo tudo parecia muito surreal. A encomenda estranha, os paquistaneses, a negociação, a experiência genética Mona Lisa-Einstein, a perseguição, o beijinho. Já estava me perguntando se era real mesmo ou se eu imaginava tudo.
Preferi seguir andando mesmo, e fiquei meio aérea andando no passo mais apertado quando colidi com vocês.
- Sei que não é da minha conta. Mas pra que alguém precisa de 10 miniaturas da Torre Eiffel? - Perguntou Sophia
- Olha, eu também não sei. Mas depois de viver essa situação bizarra, eu acho que a minha prima me deve pelo menos uma boa explicação. E bem real. - Disse Natalie.
-Natalie querida temos que ir, tio Chico está nos esperando e eu tenho medo de deixá-lo sozinho por muito tempo. Ele levou um explosivim para morar na sala de estar da última vez.
-Bom meninas nos vemos depois então. estão na sua casa Sofi?
-Sim Naty, passa lá depois.
-Com certeza, acho que ainda me lembro onde é.
Já estava tarde, elas se despediram e voltaram para casa, com boas histórias de um dia fantásticamente mágico e conturbado. A Visita a torre ficaria para outro dia.