quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Cisne de Cristal

Uma manhã realmente linda apareceu no quarto das meninas naquele dia... O baile seria amanhã e tudo estava nos conformes... Elinor já havia acabado seu vestido, e quando as garotas perguntaram onde ele estava, ela sempre fazia segredo. Era comum entre garotas não mostrarem os trajes para a festa, mas não para os garotos, o que virou motivo de brincadeiras quando Cassius mostrou o seu terno aos meninos. Desde que Cassius acordara de seu ataque, passara a maior parte do tempo sozinho na biblioteca. A tataravó Beauxbatton de Cassius havia feito uma capsula de vidro contra barulhos, feitiços e movimentos externos, o que fazia parecer com que Cassius estava dentro de uma flor de gelo. Nada o fazia sair de lá, há não ser o cansaço e a fome;



Enquanto isso os garotos se divertiam, mesmo preocupados com o amigo... Diego e Amanda haviam descobrido que Lisandra andava sozinha pelos cantos da mansão, murmurando coisas, e chegaram á suspeitar que estivesse tramando algo contra Morgana, em seu aniversário. Quando viram Morgana treinar arco e flecha na pequena floresta da ilha, com um centauro, tiveram a oportunidade única de ver uma Lisandra com uma flecha emaranhada em seus cabelos, e com os olhos verdes faiscando. David andava sozinho o dia todo, ás vezes o avistavam em uma torre alta, os olhos de Amanda se entristeciam, mas logo era acalorada pelos braços de Diego. Luiza sempre indiferente dos demais, continuava silenciosa, apenas sorrindo, e Débora e Dimitri no amor mais singelo possível. Elinor andava feliz, decidida, porém ás vezes insegura se olhássemos de perto em seus olhos.

Nada agora iria impedir de falar com Cassius, nem mesmo um... Cisne de Cristal imenso na beira do lago. Correu para a biblioteca de uma vez, sabia que já estaria lá. Sabia o que fazer, ficou achando uma maneira de chamar sua atenção o outro dia inteiro, e foi só uma vez quando gritou :Incendio! Apesar do medo, sabia que a cápsula não ia derreter, e em instantes, quando cessou o fogo, viu a cápsula se transformar em pó de vidro e um Cassius com os cabelos negros e maiores do que o normal sair de lá com um sorriso amargo.

_Oi, Eli...nor... Parece que voce quer falar comigo...

_Sim, mas depois um cisne de cristal imenso acabou de chegar, deve ser um presente á Morgana e...

_CISNE DE CRISTAL?

_É...é...

Subitamente os cabelos e os olhos de Cassius ficaram no tom azul mais vibrante. E com um sorriso no rosto, falou em alto e bom tom:

_TIA LAVÍNIA CHEGOU!!!

Com um pulo, Cassius correu e conjurou as pantufas voadoras de Eli.

_Rapidinho Eli, já te devolvo...

Voando alto e rápido, Dalila quase caiu, se não fosse a ajuda de Elinor que suspendeu a bandeja de café. Correu para a beira do rio, e viu Cassius, sua mãe e Morgana já á postos para a recepção. O pai de Cassius só chegava á noite. Depois de um tempo, da calda do ciste, que se derreteu mágicalmente, formando uma porta e uma escada de vidro, saíram... Um casal... A mulher de olhos verdes e cabelos negros, porém nada parecida com a mãe de Cassius, e o homem loiro, e de incrivelmente acesos olhos azuis. Era filho de veela, pai e mãe de Lisandra e Dimitri.Logo depois, duas meninas e um menino ambos loiros e de olhs azuis, os primos de Cassius, Victorie, Cléante e Louise. Os oito se cumprimentaram em francês e Elinor se sentiu deslocada por um tempo. Logo pararam e depois de alguns murmúrios de Lavigne... Lavigne... a porta se derreteu, mostrando uma jovem mulher, a mais maravihlosa de todas. Tinha os cabelos tão brilhantes e louros como o sol, os olhos mais profundos e azuis que o mar, e a boca mais vermelha do que o poente mais belo. Os cabelos presos em um penteado, e em um chapéu azul gelo cheio de plumas, com a roupa idêntica, de dar inveja á qualquer mulher. Uma sombrancelha de Margorie se levantou ao observar o caminhar da mulher. Cassius e Morgana tinham em sua face um sorriso de orelha á orelha.

_Meus queridos! Como vocês cresceram!

_Tia Lavínia!!!

Exclamaram os dois em uníssono, e correram para abraçar a tia.

_Lavínia, enfim vocês chegaram!

_Margorie, cada vez mais... deslumbrante!

_São seus olhos querida!

_Que bom que você reparou neles!

Quando entraram, Cassius lembrou-se de Elinor, e a encaminhou de volta á biblioteca.

_Eli, queria falar algo?

_Sim Cah, mas primeiro, o que foi aquilo lá fora?

_Bom, quanto á isso tenho que ser restrito, venha para a capsula.

Os dois entraram na cápsula que agora, além de haver a mesa dos livros, acomodava mais outra poltrona.

_A tia Lavínia é meia irmã do meu pai e do tio Bartild, ela é filha da minha avó veela com um elfo... nunca vi esse tal de elfo, mas como a vida dos elfos são mais prolongadas que as dos humanos, hoje ele deve estar como minha avo conheceu ele... Bom, daí a beleza dela, e meu pai simplesmente ama a irmã... e minha mãe fica com ciúmes, e minha tia também, sempre acontece isso quando elas se encontram...

Elinor riu da história...

_Bom, mas o que é isso aí hein Cassius... agora fala, o que você ficou fazendo todo esse tempo na biblioteca?

_Eli, eu estava pesquisando as ligações das palavras que eu recebi no meu sonho e...

_Esse sonho denovo?

_Eli, você acreditando ou não, eu osnhei sim!

_Tá bom... e o que você descobriu?

_Olha o que eu tirei desse livro de Dragonologia...

O TALISMÃ DO MESTRE MERLIN
Dando um aparte em assuntos de magia, devemos nos referir o talismã do Mestre Merlin. A figura desta página é copiada do Ars Draconis, escrito pela monja Gildas Magnus, em 1465. De acordo com Magnus, Merlin o utilizou para soltar os dragões que estavam presos embaixo da fortaleza Dinas Emrys (ver Apêndice III). O talismã é guardado pelo dragão que o emprestará em troca da resposta a um enigma perdido. No livro do Alfabeto (Capítulo III) pode-se ver um fragmento deste enigma perdido de Dinas Emyrs. O que segue são provavelmente as palavras embaralhadas do encanto de talismã.
_Entendeu Eli?
_Hã?
_O talismã era a fonte do poder de Merlin, agora, não sei porque quatro talismãs, e não só o de Merlin.
_Cassius, o poder está dentro do bruxo, não é talismã nenhum que tranfere o poder.
_Você não entendeu... Olha só nesse outro livro...
(...)São mais variadas as formas de armazenar o poder... No caso dos bruxos, o mais comum é usar varinhas, diferentes das das fadas, que tem uma estrela na ponta e é fina, mas também há outros objetos relacionados com o armazenamento, mais rústicos e complicados no manuseio, como livros, bastões, talismãs e até as próprias mãos. As varinhas mágicas(...)
_Agora você vê? Merlin usava um medalhão... um talismã...
_E qual é essa parte do enigma?
_Essa foi a mais difícil, estava em outra língua, tive que decifrar... Olha aqui...
Não lhe posso dar coração ou saúde, no entanto homens e dragões pensam em mim.
_É alguma coisa assim... Bom... você não veio aqui só pra falar isso não é?
_Na verdade.. não... Eu queria te dizer queeutedesculpo...
_Hã?
_Queeutedesculpo.
_Fala mais lento...
_Que eu te desculpo.
_Sério Eli?
_Sim...
_Então você ainda vai ao baile comigo?
_Vou...
_Ah Eli...
Um abraço forte foi dado por Cassius, deixando Eli sem fôlego, quando Cassius percebeu, os dois estavam juntinhos, face á face, se entregando ao amor, quando...
Um estilhaçar mostrou que a capsula havia sido quebrada.
_Desculpe Cassius, eu não estou preparada ainda...
_Tudo bem, Elinor... Eu te espero.
A garota olhou para tráz á tempo de Cassius perceber uma solitária e discreta lágrima caindo pelo rosto da forte menina que era Elinor, não havia se machucado pois a capsula não permitia isso, e lentamente, os pedaços de cristal fino foi-se montando como um quebra cabeça, até formar novamente a mesma cápsula.
Tudo estava tenso, o clima, ele mesmo, Elinor, até o lago... Afinal, o aniversário de Luísa e Morgana era amanhã... Essa noite, o cisne de cristal iria dormir ao relento.