terça-feira, 28 de abril de 2009

Culpa

- Ódio de gente assim... – Eli sibilou colocando o rosto nas mãos.
O que alguém como Lauren vestiria? Algo Vintage, com as pernas de fora e um óculos enorme, muitas cores, e um brilho plástico. Ou algo que precisaria de uma linha de maquiagem completa para acompanhar.
Chamar a atenção onde quer que fosse. Aquela cantora pop ia ter que pagar bem, por que se não...
Eli já estava quebrando a cabeça, quando o celular tocou.
- Oi, Benji, está se divertindo? – Ela perguntou quando o filho se identificou do outro lado.
- Não sei, querido, estou trabalhando... – Elinor disse meneando a cabeça, então riu.
- Sim, vão me pagar bem, seu maníaco!
- Depois me conte tudo. E dê um beijo na Liz por mim.- Ela esperou até Benjamin responder – Pra você também, até de noite.
Elinor desligou o celular então se debruçou sobre a mesa.
- Diva pop babaca e metida... – Fez uma careta – Prima-dona...
A mulher abafou um grito agudo com o braço então encarou o papel em branco.
Não dava para se concentrar com aquele sentimento de culpa na cabeça.
Ela não era confiável, era vingativa, teimosa e boba. Mas não tinha como prever as conseqüências por procurar a família...
- Teimosa... – Ela sussurrou se inclinando sobre a mesa.
Não importava (não mais). Ela ia bater tudo e juntar em doses diferentes em cada roupa, e se Lauren não gostasse, que arranjasse outra estilista.
“Estou sem saco!” Eli pensou erguendo as mãos para o ar e bufando.
Ela esboçou qualquer coisa no papel e passou para o próximo.
Elinor pegou o celular novamente e discou o número de casa nervosamente.
- Alô, Helena? – Ela chamou com a voz trêmula – Tudo bem por aí?
Eli suspirou aliviada
- Ah, que ótimo. Na sala também? – E esperou um pouco – Não? Bem, tome cuidado. Meu pai tende a ficar bravo. – Mais silêncio – Dez minutos no máximo. Não deixe eles saírem da sala, está bem? Você jura que está tudo bem? – Elinor escutou a mulher do outro lado – Ótimo, Nelly. Eu volto daqui há uma ou duas semanas.
A mulher desligou o celular e bufou. Tudo parecia estar, bem, mas Eli sabia que não estava. E por culpa sua. Ela se inclinou sobre a mesa e escondeu o rosto nos braços, soluçando. Não acabava. E era culpa dela.
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Amanhã é meu aniversário, gente! Fic curta só pra quebrar o galho xD